Archive for the ‘Contos’ Category

Senhor *

maio 5, 2009

* Baseado em uma piada roubada de Felipe Branquinho

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Eu tenho um cão: seu nome é Senhor.

Um pastor alemão de capa negra, pelagem brilhante, forte, inteligente, verdadeiro modelo para a raça. Desde filhote treinei Senhor em atividades variadas. Ele me faz companhia em casa, caminha e corre comigo na rua, busca o jornal e meu chinelo quando chego do trabalho, e ainda me avisa quando percebe alguém à porta – minha casa nem precisa mais de campainha.

Embora seja um cão manso e obediente, Senhor também me dá segurança, graças ao seu porte avantajado e latido poderoso. Ainda não o ensinei a levar o lixo para fora, mas Senhor sabe fazer suas necessidades no cantinho certo, o que já é de grande ajuda na limpeza do lar.

Como se não bastassem todos esses atributos domésticos, Senhor é ainda um campeão: foi diversas vezes vencedor de concursos de beleza em feiras e exposições. Além dos prêmios em dinheiro, eu cobro por cada vez que ele é procurado para cruzamentos com fêmeas da mesma raça, pois Senhor tem pedigree e descende de uma linhagem de muito prestígio. Assim, o dinheiro que esse cão me rende cobre todas as despesas com sua alimentação, banho e veterinário, e ainda me dá lucro.

Para completar, um passeio com Senhor pelo parque é garantia de uma boa paquera, pois seu belo pelo e o porte distinto chamam a atenção das mulheres que estiverem por perto, o que é um excelente pretexto para começar um bate-papo.

Meu cão pastor me dá companhia, obediência, segurança, dinheiro e mulheres. Com Senhor sempre ao meu lado, nunca me falta nada.
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MORAL
O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.

O S que faltava

abril 8, 2009

À maneira dos… alemães
(homenagem ao mestre Millôr)

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____Lá pelos idos de 1989, dois alemães, um comunista e um consumista, conversavam, cada qual do seu lado do muro:

____– É interessante notar – berrou o consumista, para se fazer ouvir do lado de lá -, que não somos tão diferentes assim. Já percebestes, subversivo irmão, que ‘consumista’ e ‘comunista’ são anagramas¹ perfeitos?

____Coçando seu bigode à la Stalin², o comunista se apressou em corrigir o compatriota³:

____– Avaliastes mal, caro porco capitalista: há um S que falta em comunista e sobra em consumista.

____O consumista contou as letras nos dedos:

____– C-O-N-S-U-M-I-S… C-O-M-U-N-I-S… Scheiße, é verdade! – lamentou o sobrinho de Tio Sam. – Que pena! Seria uma imagem tão poética para nossa reunificação!

____O comunista, ofendido no âmago de sua sensibilidade ideológica, não hesitou em protestar:

____– Reunificação? Quê isso ô meu, tá me estranhando? Longa vida à foice e ao martelo!

____– Ora amigo, foice o tempo do martelo! – trocadilhou o consumista. – Nós temos tanto em comum que tivemos de iniciar uma guerra fria por falta de atrito!

____O comunista já se preparava para responder à altura o trocadilho reincidente. Foi quando surgiu um proletário picareta e, fazendo uso de ferramenta homônima, derrubou o muro, no que foi seguido por uma turba de alemães orientais, ávidos pela liberdade de tocar suas vidas como bem entendessem que a publicidade mandava.

____Galgando o que havia sobrado dos tijolos, o comunista, num último suspiro de cu-doce ideológico, ficou em cima do muro4:

____– Vou? Não vou? Vou? Não vou?

____O consumista ofereceu-lhe então uma nota de dez dólares.

____– Vou! – decidiu-se o comunista, e foram juntos comer junk-food, já que no McDonald’s local não eram aceitos seus cupons de alimentação do lado oriental.

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MORAL
Para converter um comunista em consumista, basta acrescentar um $.
ou
Em terra de foice e martelo, quem tem uma picareta é subversivo.

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1. Palavras cujas letras embaralhadas formam outra palavra.
Ex.: mala-lama, ramo-amor, Raul-luar, política-suruba, entre outras.
2. Tratava-se de um camarada com distúrbio de personalidade saudosista-masoquista.
3. Alemães orientais e ocidentais são compatriotas? O que é mais forte: a ideologia que separa ou a cerveja que une?
4. Literalmente.

Morte e vida esterlina

dezembro 31, 2008

Nasceu certa vez uma moeda. Era simples, de vulgar redondeza, sem mais encantos do que suas irmãs – mesmo porque eram gêmeas, quase todas. Sua família era abastada, e gostava de ostentar. Habitava um casarão, desses com vista para a pobreza alheia e placa imponente junto ao portão: Casa da Moeda, bradava aos plebeus.

Mas nem mesmo todo aquele conforto era páreo para seu insaciável espírito de aventura, e foi muito cedo na vida que a pequena moeda se emancipou.

– Quero entrar em circulação! – declarava.

Embora ainda lhe faltasse muito que amadurecer, recebeu o apoio de seus pais, que eram bastante liberais – neo-liberais até, diziam as más línguas do clube de investimentos que frequentavam, fato que era inescrupulosamente explorado pelos paparazzi dos tablóides econômicos.

E assim, aquela inocente moedinha, que ainda ontem brincava de ciranda financeira com as irmãs, lançou-se à selvageria do mundo capitalista.

Sem lenço, sem documento, e com apenas algum lastro no bolso, decidiu construir para si uma vida de que pudesse se orgulhar: casar-se, gerar um casalzinho de dividendos, estabelecer um lar. Talvez fazer uma poupança; afinal, naqueles tempos de câmbio flutuante, era preciso pensar nos juros futuros.

Os problemas começaram quando ela se apaixonou pelo cara errado: Mr. Coin, como era conhecido. O sujeito gostava de se gabar, contando suas aventuras no mercado internacional de ações. Money makes the world go around, repetia sempre. Dizia valer o seu peso em ouro, ou até mais. Tinha um sotaque carregado, e trazia no peito a reluzente efígie de um de seus ex-presidentes favoritos.

No círculo de amigos, ninguém suportava o ar presunçoso com que Mr. Coin proferia suas frases feitas. Todos o consideravam um pedante, com exceção da ingênua moeda, que o admirava embasbacada.

– Meus caros, não resta dúvida de que todo o nosso conhecimento começa pela experiência especulativa, e esta eu tenho de sobra! – afirmava sobranceiro, para enfado geral e suspiro da amante.

A moeda só suspeitou que algo estivesse errado no início da vida sexual do casal: descobriu que o marido não passava de um penny. Apesar da decepção, continuou acreditando que aquele macroeconômico amor seria eterno.

Ledo engano.

O casamento não sobreviveu à bombástica revelação: Mr. Coin não era um dólar americano, como sempre se apresentara, mas um dólar jamaicano! O canalha não passava de um tostão furado, sem a menor vergonha na cara ou na coroa.

Desiludida, a moeda caiu em uma grande depressão, com sintomas semelhantes aos da epidemia de 1929. Para ganhar a vida, começou a se envolver em transações escusas na zona boêmia, passando de mão em mão durante a noite. Encontrava-se a caminho da ruína.

Um dia, passeando por uma praça, viu seu reflexo na água da fonte. Estava toda opaca, azinhavrada e sem liquidez: seu valor de face há muito expirara. Uma triste figura, que já não servia nem de troco na padaria. Pensou nas ilusões do passado, e desejou ter feito tudo diferente. Mas agora, com uma vida assim tão sofrida, valia mesmo a pena continuar a viver?

Não, não valia.

Ela então se jogou: suicidou-se na fonte dos desejos.

Texto inscrito no Concurso Encaixe a Frase, da revista piauí, em dezembro de 2008. Para esta edição 2009 do concurso, a revista elegerá todo mês uma frase de algum grande pensador, filósofo, romancista, escritor, poeta ou coisa que o valha. A frase a ser encaixada desta vez, destacada acima em negrito, é de Emmanuel Kant (1724-1804).

Observação em 03/01/09: Saiu a edição de janeiro da piauí. Pelo jeito, “Morte e vida esterlina” não agradou à redação da revista. Tudo bem, mês que vem tem mais. Abaixo, a transcrição do texto vencedor.
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REVOLUÇÃO DIDÁTICA
Guilherme Dearo
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“Não resta dúvida de que todo o nosso conhecimento começa pela experiência.”
Blam!
O menino virgem fechou bruscamente o livro de Anatomia Humana e, decidido, bradou: preciso fazer sexo!
Tirou zero na prova do dia seguinte, mas a professora até que era jeitosa.

Primavera no Alasca

dezembro 31, 2008

Acordou, ajeitou os cabelos grisalhos e lavou da fronte amarrotada os vestígios da noite em claro. Sobre o espelho, dois pedaços de papel presos na moldura lembravam-no da agenda do dia. Um mau humor o tomou de súbito: eram os convites para a pinacoteca. Tinha aversão pelas artes desde um fatídico dia, muitos anos atrás. Foi o dia quando recebera a resposta da editora. Haviam recusado seu melhor livro, A Insustentável Leveza dos Tempos do Cólera: Veredas, um romance policial pornomarxista de ficção científica.

Sentira-se um gênio incompreendido, autor póstumo, patrono da literatura em uma sociedade vindoura mais esclarecida. Naquela tarde saiu de casa macambúzio, disposto a expurgar o acre sabor do fracasso. Dirigiu-se ao museu da cidade, que abrigava uma exposição de arte abstrata. Indignou-se com o prestígio daquele punhado de borrões. Então aquilo era arte? Milhões de dólares pagos por uma tela que era o próprio retrato do caos, e seu romance dileto engavetado! Desde então, o escritor passou a odiar a pintura como se ela fosse a pungente encarnação da injustiça.

De volta ao espelho, resignou-se. Visitar a pinacoteca seria uma grande provação, mas o prêmio pelo esforço seria a Glória. Glória, sua vizinha de porta, uma jovem tentadora que inspirava as mais cafonas passagens de seus romances.

Conhecia seu gosto pela pintura e queria impressioná-la, já que os perfumados versinhos em rima que jogava por debaixo da porta pareciam não surtir efeito.

Chegou à exposição com o repertório abastecido. Identificou estilos, técnicas, volumes e contrastes, entre muitos outros termos que improvisara na madrugada anterior pela internet. Ele mesmo não acreditava em uma palavra do que dizia. Falácias.

Sua verborragia durou exatamente 54 quadros, 13 corredores e 6 salões. Acabou diante de uma tela pintada toda de branco. Uma grande, hedionda e paradoxal composição de apenas uma cor. Ao olhar para a tela em branco, o escritor se deu conta de que não tinha mais nada a dizer. Leu na etiqueta o nome da obra: Primavera no Alasca.

Foi o golpe de misericórdia.

Estacou emudecido diante daquela afronta. Todo o seu atrofiado senso estético contorcia-se em espasmos de incredulidade. Chorou. A seu lado, a jovem contemplava o quadro confusa, esperando uma explicação.

Incomodada com o silêncio, fitou o escritor. Sentiu um arrepio ao ver suas lágrimas. Afinal concordou: tratava-se realmente de uma obra prima.

E uniu-se a ele, emocionada, na catarse daquele pranto.

Texto vencedor do Concurso Encaixe a Frase, da revista piauí, e publicado na edição especial que circulou na FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) em julho de 2008.

Gastronomática

dezembro 31, 2008

Sentou-se correndo, a despeito dos olhares ameaçadores de uma senhora gorda que ambicionava o mesmo lugar, mas que acabou perdendo a disputa por uma diferença de meio metro. Fazia já dez minutos que toda a família perambulava por entre as mesas da praça de alimentação. “Vamos nos dividir, assim cobrimos um território maior”, sentenciara o líder da matilha. Se por um lado a estratégia havia dado resultado, por outro levou mais dez minutos para pai, mãe e filho se reencontrarem.

Teve que resistir a três investidas pela posse das cadeiras vazias, e ainda dispensar 4 cardápios diferentes (um de sanduíche natural, dois de pizza e outro de comida pan-asiática), até finalmente conseguir chamar a atenção da esposa e do garoto. Findo o combate, delimitado o território, era hora de dividir a caça: a assaz palatável comida de shopping.

Tanto esforço tinha um bom motivo: aquela era a única refeição em família durante toda a semana.

Nos bons tempos, as famílias se reuniam aos domingos na casa da vó (ou da mãe, ou da sogra, dependendo do ponto de vista), para se empanturrar de macarronada, jogar conversa fora e eventualmente cochilar no sofá. Mas isso agora era passado: no almoço de domingo moderno, o shopping era a nova casa da vovó – e sem direito a cochilo no sofá.

____– Aquele restaurante de novo? Não, vou comer hambúrguer – apressou-se em protestar o filho.
____– Só hambúrguer não enche a barriga – retrucou o pai.
____– Não é só hambúguer, vem com batata e refrigerante. Dá o dinheiro.
____– Dez reais dá?
____– Só para o hambúrguer, dá.
____– Leva 20.

Vai o filho, chega o garçom da casa de massas e grelhados. Além de ser a mais distinta opção em meio àquele mar de fast food, agradava ao pai o fino requinte do sousplat de papel que forrava o pedaço de mesa à sua frente – não tanto pela higiene, mas pelo conforto de não sentir os cotovelos grudando na camada de refrigerante seco que enverniza a superfície da mesa.

____– Boa tarde. O cardápio, senhor. O cardápio, senhora.
____– Traz um chope, por favor.
____– Eu vou de suco de uva light.
____– Perfeitamente, só um instante.

Dois instantes depois.

____– Seu chope, senhor.
____– O chope é para ela.
____– Perdão. Seu chope, senhora. Seu suco de uva light, senhor. Gostariam de fazer os pedidos?
____– Sim. Eu vou querer o 37.
____– Bem ou mal passado, senhor?
____– Ao ponto.
____– E eu vou querer o 50 com a guarnição 12.
____– Perdão senhora, o 50 hoje está em falta, mas temos o 51, que também é muito bom.
____– E qual é a diferença?
____– O recheio é de frango.
____– Tudo bem, pode ser.
____– Com molho branco ou quatro queijos, senhora?
____– Molho branco.
____– Perfeitamente. Um 37 ao ponto para o senhor, um 51 com molho branco e guarnição 12 para a senhora. Excelentes pedidos senhores, com licença.

Vai o garçom, regressa o filho com a bandeja. Hambúrguer, batata frita e refrigerante, como prometido. Refeição completa.

____– Que hambúrguer é esse?
____– Promoção número 5 com fritas grandes.
____– Vira essa batata para cá.
____– Eu acho – manifestou-se a mãe – que você deveria insistir mais para o júnior se alimentar bem. Você comendo um 37, eu um 51, e ele apenas com um 5?
____– Que bobagem querida, isso não é um 5 qualquer: vem com fritas grandes!
____– Tudo bem, digamos que ele valha por um 5 e meio. Ainda assim é pouco para um jovem em fase de crescimento.
____– E quanto é suficiente para ele, então?
____– Sei lá, qualquer coisa acima de 15 ou 20.
____– O meu pode ser só um 5 – intervém o garoto, limpando o catchup do canto da boca – mas garanto que tem mais calorias que os pedidos de vocês dois juntos.

Xeque-mate. Não que o excesso de calorias fosse um argumento nutricionalmente válido, mas, para uma família mais afeita à matemática que à gastronomia, a lógica do raciocínio era indiscutível.

Volta o garçom com os pratos. O aroma da refeição é até razoável, apesar do cheiro de estrogonofe de camarão que emana da mesa ao lado. Almoçam em silêncio, porque se aquela refeição em família servia para uní-los em alguma coisa, era na completa falta de assunto em comum.

O marido é o primeiro a terminar, embora não entenda exatamente por que comeu com tanta pressa.

____– Querida, como estava seu 51?
____– Chegou um pouco frio, mas estava gostoso.
____– Pois o 37 estava muito passado, quase queimado. Qualquer dia venho aqui ensinar a esse povo o significado de “ao ponto”.
____– Claro que sim meu bem, claro que sim.
____– Não precisa ser sarcástica. Você sabe muito bem que ninguém assa uma picanha como eu! E ao ponto!
____– Mas querido, isso que você comeu era lombo de porco.
____– Era picanha.
____– Lombo de porco.
____– Passe para cá esse cardápio. – Pega o cardápio, corre o dedo pela lista. – Caramba, o 37 era lombo!
____– Eu te disse.
____– Da próxima vez, me lembre de pedir o 36.
____– Picanha?
____– Não, nhoque de batata. Aí não tem erro.

Volta o garçom oferecendo a sobremesa.

____– Deixa eu ver as opções – adianta-se a mulher. – Ai, estou de regime, mas não vou resistir. Será que eu peço um 62? Ou quem sabe um 67?
____– Já que você está de regime, pede só um 62 mesmo.
____– Mas se eu pedisse o 67, a gente poderia dividir para nós dois.
____– Não dá.
____– Por que não dá?
____– 67 é número primo. Você sabe que eu detesto frações.
____– Ok querido, eu como 34 e você fica com 33. Pode ser?
____– Tudo bem, pode pedir. E você filho, vai querer o quê?
____– Deixa eu ver o cardápio. Hum… vou querer um 72!
____– Tem certeza que você aguenta um 72 sozinho?
____– É para compensar, já que vocês reclamaram tanto do meu 5.
____– Quero só ver. Amigão, anota aí então: um 72 para o garoto e um 67 para nós dois. E já pode trazer a conta.

Pedir a conta de uma vez era um plano estratégico para acelerar a vinda da sobremesa. Meio instante depois, chegavam o 72, o 67 com duas colheres, e o 112,30 com os 10% já incluídos.

____– Perdão, acho que tem um erro nesta conta. Que 9 é esse?
____– É com brócolis – explica o garçom.
____– O quê?
____– O 9 é arroz com brócolis. O 8 é sem.
____– Amigo, o que eu estou dizendo é que ninguém aqui comeu arroz com brócolis.
____– Não tem problema senhor, é o mesmo preço.
____– Mesmo preço do quê?
____– Do arroz sem brócolis.
____– Eu sei, mas nessa mesa ninguém pediu arroz: nem com brócolis, nem sem brócolis!
____– Calma querido, não vai perder a cabeça por causa de uma guarnição. Ainda mais sem brócolis.
____– Com brócolis, senhora.
____– Muito bem – esclarece o marido, – com brócolis ou sem brócolis, nós não pedimos nem o 8 nem o 9, deu para entender?
____– Hum… tem razão senhor, o 9 foi para a mesa ao lado. Só mais um instante.
____– É por isso que sempre se deve conferir a conta – desabafa com a mulher. – É assim que esse povo ganha dinheiro: começam colocando um 9, depois um 15, e quando você menos esperar, te cobram um 40 que ninguém pediu!

cccccc.

MORAL
Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se fatora
(embora os números primos sejam de digestão mais pesada).
ou
Não importa o que você coma – no fim do processo
digestivo, tudo se reduz a número 1 e número 2.